Desafios na Era Digital

3 de agosto de 2023
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Atualmente observa-se com facilidade o número crescente de uso das mais variadas formas de tecnologias, onde destacam-se aquelas que cabem na palma de nossas mãos. Tal feito não é diferente com nossas crianças e jovens, visto que essas ferramentas tornaram-se indispensáveis para o cotidiano.

Um ponto que nos traz questionamentos e dúvidas é a quantidade de tempo e os tipos de acessos realizados pelos jovens. Não podemos deixar de pensar que crianças ainda não tem uma maturidade formada para se autorregular quanto ao uso da internet através de celulares, tablets, TV’s.

Portanto, cabe a nós adultos, esse papel de orientação.

O uso frequente e ilimitado dos eletrônicos pode causar danos cognitivos e comportamentais às crianças e ainda há o perigo dos assédios virtuais que podem expor a criança a riscos reais de abuso sexual, violência, cyberbullyng, participação em grupos que incentivam comportamentos de risco e até suicídio.

Pais e educadores precisam se atentar quanto aos prejuízos apontados por pesquisas científicas sobre o impacto das novas tecnologias. Pincipalmente no que se refere o desenvolvimento cognitivo, social e moral, sem descartar agravos físicos. Estes estudos mostram portanto, que grandiosas exposições a eletrônicos estão associadas ao desenvolvimento de fatores como obesidade, comportamentos agressivos, compulsão e hiperatividade, além de distúrbios do sono, lembrando que a luz emitida por aparelhos eletrônicos possui efeito estimulante a função cerebral, deste modo prejudicando a função reparadora que o sono deve desempenhar, visto que este tem papel essencial para o crescimento físico e desenvolvimento.

Outro ponto importante de se destacar é o risco cada vez mais presente entre crianças e adolescentes que utilizam mídias eletrônicas sem nenhum tipo de controle que é o chamado gaming disorder, ou “transtorno do jogo”. Estudos sobre o tema apontam que, em poucos minutos de jogo em rede há uma forte liberação de dopamina, neurotransmissor associado à recompensa e ao prazer, ou seja, o jogo tem efeito viciante.

Dentre as recomendações apontadas pela Associação Brasileira de Pediatria, cabe aqui destacar a importância de estabelecer “horários livres de mídia”, como a hora das refeições por exemplo, monitorar sites e programas que crianças e jovens estão acessando, estabelecer limites claros para os tipos de acessos permitidos, conversar com os filhos sobre a não substituição da interação “offline” entre as pessoas e as atividades realizadas em família ou entre amigos.

Apesar das facilidades trazidas pelas tecnologias, o contato humano e social segue sendo primordial para um bom desempenho das funcionalidades psíquicas, físicas e desenvolvimentais de um indivíduo. Nenhuma mídia é capaz de substituir os laços afetivos do mundo não virtual.

 

Por: Itanise Ichtchuk- Psicóloga AMMA

 

Referências:

Moura, Cinthya Borges de.

Responde o quê: problemas e dilemas – Foz do Iguaçu: C.B. Moura, 2019. Terapia Cristiva.

  • Psicoterapia familiar. 2. Psicanálise infantil. I Egg, Thiago. II Título.
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